Escrevi que não ficaria triste só para grifar bem que "olhe, não vale a pena, não". E, de fato, "triste" não define como fiquei: era eu machucada no chão, chorando sob a chuva. Encharcada. Transbordando. "Deixa, deixa ela chorar". Deixa a chuva levar embora porque isso aí guardado, olha, não vale a pena, não.
quinta-feira, 26 de maio de 2016
quarta-feira, 25 de maio de 2016
Quarta-feira, 25 de maio de 2016, 09:05 da manhã
Dia frio e ensolarado
Mais um dia a ser desperdiçado.
Mais um dia remoendo o passado.
Mais um dia... entre presente,
imperfeito, aoristo,
perfeito e mais-que-perfeito:
Tempos e aspectos de uma vida
Que escapa pelo particípio
E se realiza no infinitivo.
Mais um dia a ser desperdiçado.
Mais um dia remoendo o passado.
Mais um dia... entre presente,
imperfeito, aoristo,
perfeito e mais-que-perfeito:
Tempos e aspectos de uma vida
Que escapa pelo particípio
E se realiza no infinitivo.
quinta-feira, 19 de maio de 2016
Música
Kochanie, perceba bem o mal que me faz: não quero ouvir a voz que tanto amei. A mais bela voz dentre todas as belas vozes que já sussurraram sentimentalismos ao pé do meu ouvido em momentos felizes... a sua, a mais doce. Posso ouvi-la em minhas lembranças, fecho os olhos e ouço como pronuncia meu nome, os diferentes tons de voz e seu riso. Tak, Kochanie. O que eu não faria para ouvir sua voz outra vez? Mas assim com aparelhos eletrônicos de intermédio faz-me tanto mal que dispenso.
terça-feira, 17 de maio de 2016
Watashi no Himawari
Fazia anos que não ouvia aquela música. E agora lembro como se fosse hoje. E agora essa lembrança me trouxe um sorriso: aquele telefonema no meio da tarde e meses (talvez um ano ou dois) depois você cantando "o girassol".
Lembro que fui feliz com você, mal posso acreditar que durou tão pouco! Naquele tempo parecia uma eternidade, tudo parece uma eternidade quando se é muito jovem. A gente nem tinha noção de como era jovem. A gente tinha tantas certezas e sabia de tantas coisas... tantas coisas e agora já não significam nada. Das certezas não lembro de nenhuma, mas lembro de você: grande, alegre e vivo como um girassol.
sábado, 14 de maio de 2016
Vôo livre II
Perguntam-me, Kochanie, porque tenho fotos suas tão perto de mim depois de tanto tempo, se você me fez tanto mal a ponto de ser preciso deixá-lo e começar tudo do zero. Guardo para ver em dias ruins, quando me sinto péssima por ter saído de um caminho brilhante e agora estar trilhando outro mais difícil e mais longo, sem as mesmas facilidades de antes. Guardo para ver quando me sinto muito idiota: quando vejo essas fotos, tenho certeza que acertei ao deixar tudo, não importa o quanto eu tenha me destruído. Agora nada disso existe mais: acabou a loucura apaixonada, também não já não me sinto mal toda vez que vejo ou ouço qualquer coisa que me lembre de você, e já não tento transferir inconscientemente o que senti para quem me lembra de você no jeito de andar, rir ou mexer nos cabelos. Mas, Kochanie, a lembrança de como nossos corpos foram pequenos demais para tudo que sentimos, tão cara por si mesma, também me mostra que acertei: cai e me parti em incontáveis pedaços sim, mas o voo foi absolutamente maravilhoso! Se o caminho difícil por onde ando é consequência da nossa história, que seja! Se me perdi e luto para me encontrar, valeu demais e eu faria o mesmo se eu pudesse saber como essa história acabaria.
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