Perguntam-me, Kochanie, porque tenho fotos suas tão perto de mim depois de tanto tempo, se você me fez tanto mal a ponto de ser preciso deixá-lo e começar tudo do zero. Guardo para ver em dias ruins, quando me sinto péssima por ter saído de um caminho brilhante e agora estar trilhando outro mais difícil e mais longo, sem as mesmas facilidades de antes. Guardo para ver quando me sinto muito idiota: quando vejo essas fotos, tenho certeza que acertei ao deixar tudo, não importa o quanto eu tenha me destruído. Agora nada disso existe mais: acabou a loucura apaixonada, também não já não me sinto mal toda vez que vejo ou ouço qualquer coisa que me lembre de você, e já não tento transferir inconscientemente o que senti para quem me lembra de você no jeito de andar, rir ou mexer nos cabelos. Mas, Kochanie, a lembrança de como nossos corpos foram pequenos demais para tudo que sentimos, tão cara por si mesma, também me mostra que acertei: cai e me parti em incontáveis pedaços sim, mas o voo foi absolutamente maravilhoso! Se o caminho difícil por onde ando é consequência da nossa história, que seja! Se me perdi e luto para me encontrar, valeu demais e eu faria o mesmo se eu pudesse saber como essa história acabaria.