quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Ela escolheu confiar na vida. Eu também, mas não consigo.

Ganhei um livro espírita, desses psicografados. Li muitos desses entre meus 10 e 15 anos, e eles ajudaram muito na minha formação moral. Tipo, fazia mais de 15 anos que eu não lia um livro desses, não por nada, mas porque outros foram caindo da minha mão, e agora ganhei um da Zíbia de Natal. Não vou falar da qualidade literária do livro, até quando criança eu sabia que livro espírita não se pretende artístico, mas edificante ao trazer histórias reais e isso me bastava. Bastava porque eu acreditava na veracidade dessas histórias. Eu já era uma criança "chata", contestadora, mas tinha muita fé. O tempo, minha própria personalidade problematizadora, as leituras e minhas vivências acabaram matando essa fé. E acho isso triste. Não que eu seja ateia, acho que agnóstica seria mais apropriado, pois não afirmo nem nego nada: apenas não sei. E eu sempre fui médium, mas agora acho aceitável que tudo que vi/vejo, senti/sinto e ouvi/ouço seja alucinação. Espíritos ou alucinação: não sei, não sou capaz de afirmar ou negar uma coisa ou outra. Não sei. Mas eu me sentia melhor e mais segura quando tinha fé. Queria muito ter fé de novo, pena que é o tipo de coisa que não dá para forçar: ou a pessoa tem ou não tem. E eu não tenho agora.