Não, eu não sinto falta de quem deixei para trás. Talvez demore para conseguir esquecer seus traços e marcas, mas nunca poderão me acusar de sentir saudades agora.
Não sinto sua falta, mas sinto muito a falta do que eu sentia... e era tanto! Aquele desejo que me fazia decidida, destemida, capaz de enfrentar o mundo, trabalhar como nunca, estudar como se não trabalhasse, não me cansar jamais e, se fosse preciso, ainda ser capaz de passar noites em claro no ardor de tanto e tanto querer.
É, queria sentir com a mesma intensidade outra vez. Mais do isso: nada me satisfaria mais do que, novamente, ser capaz de despertar tanto os sentidos a ponto de tocar o desespero.
Mas talvez eu tenha me consumido. Talvez tanto querer só aconteça uma vez... e eu tenha que me contentar com o simples, o morno e o seguro.