quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Fluss

Transbordo. É que já não caibo em mim. Então transbordo me esparramando caudalosa. E pensaram mesmo que seriam capazes de me secar! Um e outro e chegaram perto de conseguir. Mas não. Drenaram tudo que eu era, sugaram tudo que eu tinha e sem motivo nenhum. Ou talvez tivessem algum, não sei. Na verdade sei sim: como é que pode uma mulher que enche,  preenche,  transborda? Não pode. E se alaga e mata um afogado? Ah, que eu alague o mundo comigo mesma, que se afoguem enfim.