domingo, 19 de abril de 2015

16 de abril

Sou dessas e me apaixono por pequenos defeitos: são eles - e nunca as perfeições - que a memória evoca para formar imagens amadas quando fecho os olhos. Tantos e variados como um olhar de peixe morto, uma língua quase presa, uma gagueira leve, um nariz meio adunco ou meio grande demais, um vício de linguagem, uma certa aspereza nas mãos, uns dentinhos separados, um sorriso meio torto e/ou um riso que lembra um soluço. As outras pessoas podem até criticar - e criticam - esses detalhes, mas onde estaria o encanto se todos se agradassem das mesmas coisas?