Sempre quis escrever. Quando criança, escrevia pequenas histórias, que não sei como se perderam. Quando adolescente, poesias de rima pobre. Durante anos levei uma história adiante e, um dia, eu a abandonei. Mas eu amava a minha heroína. Ela era o que eu queria ser e não sabia que sempre fui. Ela amava e andava no reino dos mortos e lutava e dançava e aprendia com cada amante. E eu não sabia que sua história era a de Oyá. Eu não sabia que sua história era mais do que minha. Eu quis viver a vida dela e ela, a minha. Então ela cresceu, tomou conta de tudo, quase só existia a vida dela. E foi aí que a matei com uma pequena série de textos. Mas deuses não morrem para vagar somente no reino dos mortos: ela continua amando, dançando, lutando e aprendendo através de mim.
sábado, 15 de junho de 2013
Νίκη
Sempre quis escrever. Quando criança, escrevia pequenas histórias, que não sei como se perderam. Quando adolescente, poesias de rima pobre. Durante anos levei uma história adiante e, um dia, eu a abandonei. Mas eu amava a minha heroína. Ela era o que eu queria ser e não sabia que sempre fui. Ela amava e andava no reino dos mortos e lutava e dançava e aprendia com cada amante. E eu não sabia que sua história era a de Oyá. Eu não sabia que sua história era mais do que minha. Eu quis viver a vida dela e ela, a minha. Então ela cresceu, tomou conta de tudo, quase só existia a vida dela. E foi aí que a matei com uma pequena série de textos. Mas deuses não morrem para vagar somente no reino dos mortos: ela continua amando, dançando, lutando e aprendendo através de mim.