Sinto-me sozinha com frequência. Com muita frequência. Quase sempre. Talvez a solidão não seja um estado, mas a essência. Quando pessoas falam e eu já não posso ouvi-las. Quando a casa está cheia e ouço o barulho de conversa e riso. Quando vejo fotos sorridentes de lugares que eu poderia ter ido, mas ninguém me convidou. Quando ando de ônibus, metrô ou trem. Na calçada imunda. A solidão é mais do que um fato, é o dia a dia e à noite, ela engole tudo.