Tenho me esquecido aos poucos de tudo que um dia aprendi ou quis aprender para você. Às vezes preciso de mais esforço para esquecer, quando minha boa memória me conta coisas que eu não queria mais lembrar. Outras vezes cogito lembrar, aprender mais e me aprofundar, abrir meu coração para o que há além de você e vencê-lo enfim. Penso se não foi exatamente isso que você fez: será que me venceu dentro de você ao aprender o meu idioma? Mas você não entende a minha língua - a língua que fala o meu coração - e não entenderia ainda que aprendesse todos os idiomas do mundo. A língua do meu coração reverbera por todo o meu corpo e só através dela sou capaz de me comunicar, sem mentir jamais. Sem mentir jamais. Talvez seja semelhante: de que me adiantaria aprender seu idioma, se não desejo aprender a língua que você fala? De que me adiantaria se eu me recuso a aprender a língua do jogo e do engano?