Foi bonito de se ver. Aquela imagem de mulher, os cabelos caindo em ondas de um lado e presos do outro. Um dos pés na meia ponta, junto ao outro tal qual uma estátua de Vênus. Pura delicadeza no olhar e no meio sorriso solto, tão feminina, tão inesperadamente mulher. Foram poucos segundos, mas a maravilha tinha acontecido: eu estava diante dessa imagem refletida na barreira da estação de metrô. Eu estava diante de mim mesma, sozinha na multidão. Eu estava diante de uma mulher sem vínculos, mas apaixonada. Estava estava apaixonada por mim outra vez.